quarta-feira, 23 de julho de 2014

Médico que lidera luta contra o ebola em Serra Leoa contrai o vírus

Médico que lidera luta contra o ebola em Serra Leoa contrai o vírus

BBCSheik Umar Khan, 39 anos, tratou mais de cem vítimas do vírus; ebola já matou mais de 600 pessoas no continente africano

O médico que liderava a luta contra o ebola em Serra Leoa foi infectado pelo vírus da doença e está internado em um hospital na cidade de Kailahun, epicentro do surto, no leste do país.Segundo uma declaração da presidência do país, o virologista de 39 anos Sheik Umar Khan foi transferido para uma enfermaria especial da organização não governamental Médicos Sem Fronteiras. Khan já teria tratado mais de cem vítimas da doença no país. A presidência de Serra Leoa informou que a ministra da Saúde, Miatta Kargbo, chorou quando ficou sabendo da notícia.Leia também: Contra estigmas, altas de ebola têm 'ritual do abraço'De acordo com a agência de notícias Reuters, a ministra chamou Khan de herói nacional e afirmou que fará "qualquer coisa e tudo em meu poder para garantir que ele sobreviva".GreveOs casos de ebola de Serra Leoa estão concentrados nos distritos de Kailahun e de Kenema, também no leste.Segundo Umaru Fofana, correspondente da BBC na capital, Freetown, dezenas de enfermeiras do hospital público da cidade de Kenema, que trata todos os casos da doença do distrito, entraram em greve na segunda-feira depois da morte de três colegas, em casos suspeitos de ebola.Mas a greve foi suspensa depois que o governo analisou as reivindicações das enfermeiras, que exigiam a transferência da enfermaria para tratamento dos doentes com ebola para outro hospital e que os Médicos Sem Fronteiras assumam as operações nesta enfermaria.No último sábado a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que entre 632 casos de ebola que até então haviam resultado em mortes na África, 206 foram em Serra Leoa. No total, o país havia registrado 442 casos da doença. Na vizinha Guiné, foram 410 casos e 310 mortes. A Libéria registrou 196 casos e 116 mortes.

Ebola já matou cerca de 600 pessoas; na foto, equipe próxima ao corpo de uma vítimaFoto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF

O Médico Sem Fronteiras tem cerca de 300 funcionários nacionais e internacionais trabalhando nos países onde o vírus se espalhouFoto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF

O ebola é uma doença viral, cujos sintomas inciais podem incluir febre repentina, forte fraqueza, dores musculares e de gargantaFoto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF

O vírus é altamente contagioso e não tem vacina ou cura, por isso equipes médicas usam roupas especiais para evitar contaminaçãoFoto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
Os testes de laboratório irão determinar em questão de horas se as amostras contém ou não o vírus do ebolaFoto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
Após exposição ao vírus na área isolada, roupas e botas das equipes de atendimento são desinfetadas com cloroFoto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
Colchões são distribuídos a famílias cujas casas foram desinfetadas após a morte de um membroFoto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
Sia Bintou passou mais de 10 dias em tratamento, com poucas esperanças de deixar o local viva, mas sobreviveu.Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
Nem todos se salvam. Na foto, família de Finda Marie Kamano e outros membros da comunidade em seu funeralFoto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF

A sepultura de Finda Marie é marcada com um broto de árvore

Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF

Pior surto

Este já está sendo considerado o pior surto de ebola já registrado. O vírus mata cerca de 90% das pessoas infectadas, e o contágio acontece por contato direto com fluidos corporais, como sangue e secreções, de uma pessoa infectada. Não há vacina ou cura para a doença.

Mas se os pacientes receberem o tratamento logo no início da doença, têm mais chances de sobrevivência. Os sintomas iniciais incluem fraqueza, dor muscular, dor de cabeça e de garganta, vermelhidão nos olhos. Posteriormente ocorrem vômitos, diarreia, coceiras e, em alguns casos, sangramentos. O período de incubação do vírus do ebola varia entre dois e 21 dias, segundo a OMS.



Publicado em: Wed, 23 Jul 2014 13:27:38 -0300
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