Quem já está passando por isso, tem que tratar. "O tratamento consiste em hidratação adequada para repor as perdas pela diarreia, além de evitar alimentos com leite e derivados", conta Flaquer. "Pode-se usar medicações probióticas para repor a flora intestinal e diminuir a duração do quadro. Nos casos com suspeita de causa bacteriana, um antibiótico é associado", diz. Só o médico, no entanto, pode prescrever qualquer medicamento.O gastroenterologista clínico Guilherme Andrade, do Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho explica que os vilões que deixam muitos prostrados por dias sem poder até mesmo sair de casa são microscópicos. “Os mais comuns são os vírus noravirus e rotavírus e as maléficas bactérias Salmonela, Shigella, Clostridium Dificille, e E.Colli”, conta.A Clostridium dificille, por exemplo, ela é uma bactéria presente naturalmente no intestino humano – e que não faz mal algum quando está em equilíbrio. Mas nem sempre ela fica quietinha no seu lugar.O problema é quando as outras bactérias se desequilibram (seja por alguma dor de barriga ou consumo de antibióticos) e a clostridium encontra espaço se reproduzir loucamente, povoando todo o intestino. A partir de então, há uma infecção delicada para se tratar.Tenha cuidado com o que come
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LeiteFoto: Thinkstock/Getty Images
Alimentos mal lavados, como verduras e legumesFoto: Getty Images
Peixe cruFoto: Getty Images
Carne mal passada ou cruaFoto: Getty Images
GeloFoto: Thinkstock/Getty Images
Água contaminadaFoto: Getty Images
Alimentos enlatadosFoto: Thinkstock/Getty Images
Verminoses, que podem causar cansaço excessivo e anemiaFoto: Thinkstock/Getty ImagesOvo – é necessário saber que alimentos com ovo não devem ficar fora de refrigeração mais do que duas horas. Depois desse tempo, vira um prato cheio para a proliferação de bactérias e toxinas.Leia: 9 dicas para evitar a intoxicação alimentar com o ovoLeite – “tem de ser pasteurizado, ou levar à fervura, porque pode desenvolver bactérias que vem direto da vaca”, explica o Andrade.Alimentos mal lavados – o gastroenterologista do Hospital 9 de Julho explica que alfaces mal lavadas e outros alimentos crus podem ser perigosos para consumo se a manipulação e higienização não foram feitas de maneira adequada. “Se a pessoa não lavou bem as mãos ou mexe no lixo e manipula a comida sem higiene, o risco de contaminação é grande”, explica ele. Ele aconselha ter uma boa referência do local em que for comer alimentos crus.
Peixes crus – segundo o médico, há um tipo de tênia do peixe (uma espécie de lombriga) que costuma contaminar o sashimi, da comida japonesa. “Você vê umas bolinhas brancas no filé do peixe”, diz ele. Ele recomenda que o consumidor saiba onde comprar peixes e quanto tempo eles ficaram expostos na bancada. Andrade explica que o peixe cru tende a ter uma cor viva, como o laranja claro e firme do salmão ou o roxo intenso do atum. “Se o peixe está meio opaco, escurecido, pode duvidar da procedência porque ele deve estar lá há algum tempo”.
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Carne crua ou mal passada – apesar de ser a preferência de muitos, consumir carne sem estar bem cozida não é o ideal caso a preocupação seja evitar uma intoxicação alimentar. Claro, nem toda carne mal passada ou crua estará contaminada, mas as chances são bem maiores do que as cozidas em alta temperatura.
Gelo – nada melhor do que um suco com algumas pedras de gelo para deixá-lo bem geladinho, certo? Para o paladar, sim, mas para o estômago e intestino, vai depender da procedência da água que virou gelo. A água que se condensará deve ser filtrada e livre de impurezas, caso contrário, as bactérias também vão morar ali e fazer do corpo de quem bebeu a mais nova morada. “Em viagens é melhor escolher bebidas de latinha que já estão geladas, evitar colocar gelo que não se sabe de onde vem”, alerta o gastroenterologista.
Água – se você não sabe se ela é tratada, o melhor é tomar cuidado para ingeri-la. Em viagens para locais desconhecidos, é melhor pedir água mineral – e com gás, explica Andrade. O motivo? Ao abrir a garrafa e sentir o ruído que o gás faz ao escapar traz a certeza de que ela foi engarrafada na fábrica, e não adulterada por vendedores posteriormente, com água de locais contaminados.
“Se o vendedor passa cola na tampa da água mineral sem gás, você vai abrir a tampa sem desconfiar que o líquido que está ali não é o mesmo que veio da fábrica”, detalha.
Em locais em que não é possível encontrar água mineral, o ideal é descontaminar a água com hipoclorito. “Em alguns lugares fornecem um sachê com hipoclorito, que basta colocar na quantidade adequada na água que ela fica potável”, explica o médico.
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Alimentos enlatados – também é algo para ficar de olho. “Se a lata estiver amassada ou estufada, é sinal de que lá dentro está proliferando gás gerado pelas bactérias”, alerta o médico. A contaminação, nesse caso, aconteceu na fábrica onde foi produzida.
Verminoses – de transmissão oral-fecal, acontece quando a pessoa com vermes não lavou a mão direito depois de sair do banheiro e pegou em alimentos, que foi para a boca de terceiros – os mais novos contaminados. “Usar luvas e máscaras na manipulação de alimentos é importante, principalmente o que não vai ser cozido”, diz Amaral.
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Dor de barriga pela água de São Paulo – inclusive volume morto - é improvável
O endocrinologista do Hospital Beneficência Portuguesa, Fadlo Fraige, explica que a água de São Paulo – mesmo a do volume morto – é extremamente tratada quimicamente e segura para consumo no ponto de vista microbiológico, ou seja, ela está livre de bactérias que poderiam causar intoxicação. O problema, ele ressalta, é a contaminação química, que pode causar problemas de saúde a longo prazo.
“Por ser extremamente tratada, existem muitos produtos químicos na água, como cloro, flúor, e eles podem eventualmente interferir na saúde”, explica o médico. Para ele, o aumento dos casos de hipotireoidismo em São Paulo pode estar ligado ao excesso de produtos químicos na água.
“A poluição no ar, na água, e possivelmente altos índices de cloro e flúor possam interferir na tireoide”, diz o médico, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
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Fonte: Saúde IG
Publicado em: Fri, 07 Nov 2014 15:00:12 GMT
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