sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Após perder 42 kg e 35 kg, amigas planejam completar juntas a 1ª São Silvestre

Após perder 42 kg e 35 kg, amigas planejam completar juntas a 1ª São Silvestre

Aretha Martins"Largamos de mão dadas e cruzamos a linha de chegada de mãos dadas. Vai ser assim na São Silvestre", diz uma das amigasMeyre Alvarenga tem 36 anos, 1,58m de altura e passou dos 104 kg para os 62 kg em pouco mais de um ano. Cristiane Sampaio tem 35 anos, 1,70m e foi de 101 kg para 66 kg. As duas começaram uma dieta baseando-se em livros, começaram a perder peso e optaram pela corrida como atividade física. Foram juntas para a rua correr e agora, pouco mais de um ano depois de terem mudado de corpo e de vida, vão para a primeira São Silvestre.Leia mais: Da depressão para a São Silvestre: "Depois que comecei a correr, nasci de novo"Após três infartos, aposentado estreia na São Silvestre: "Corrida me regenerou""Largamos de mão dadas e cruzamos a linha de chegada de mãos dadas. Vai ser assim na São Silvestre", diz Meyre. A prova da virada do ano em São Paulo será de comemoração. “São Silvestre é única. Podiam ser só 5 km, mas ela é uma corrida clássica, tradicional, para fechar o ano do corredor com chave de ouro”, explica Cristiane. “Andar 1 km sem dor era impossível, imagina correr 15 km. Agora eu vou e será uma celebração do meu ano, de cada quilômetro alcançado, das dores que passei, dos choros”, completa Meyre.

Meyre Alvarenga e Cristiane Sampaio correm juntas e pretendem cruzar a linha de chegada da São Silvestre de mãos dadasFoto: Arquivo pessoal

Cristiane na foto com o marido no aniversário dele, quando decidiu mudar, e agora, com a nova forma e a nova vidaFoto: Arquivo pessoal

Cristiane adotou também um estilo de vida clean e até remédios ela evita. Se tiver uma dor de cabeça, faz uma meditação, topa água ou um cháFoto: Arquivo pessoal

Cristiane com a turma do balé. Para manter a forma ela também dança e faz exercícios em casa. Ela diz odiar academiasFoto: Arquivo pessoal

Cristiane em sua primeira corrida de rua, em outubro deste ano. Quando era obesa, ela conta que não conseguia nem subir a ladeira da sua casaFoto: Arquivo pessoal
'Na minha primeira prova de 10 km fiz em 1 hora e 23 minutos. Na segunda fiz 1h e 15 min. Meu tempo está melhorando', diz CristianeFoto: Arquivo pessoal
A dieta recomendava que Cristiane pesasse 70,800 kg, mas ela quis emagrecer mais e chegou aos 66 kgFoto: Arquivo pessoal
Meyre sempre foi gordinha, desde a infânciaFoto: Arquivo pessoal
Meyre chegou a pesar 114kg, fez uma cirurgia bariátrica, e engordou de novo até 104 kg. Na foto de dezembro de 2013 ela aparece ao lado do maridoFoto: Arquivo pessoal
Meyre antes e depois da dieta Foto: Arquivo pessoal
Meyre já está feliz com seu peso atual, mas ainda pretende perder uns 4 quilos para ficar mais leve para a corridaFoto: Arquivo pessoal

Meyre levou a família para o esporrte e até a filha Amanda, de nove anos, já estreou nas corridas

Foto: Arquivo pessoal

Meyre se encantou pela corrida e diz que se sente a mulher maravilha ao vencer seus limites nas provas

Foto: Arquivo pessoal

Depois de algumas provas juntas desde outubro deste ano, Meyre e Cristiane vão repetir dobradinha na São Silvestre

Foto: Arquivo pessoal


Cristiane e Meyre resumem a história de diversos corredores, que antes de começarem no esporte lutaram contra a balança e decidiram mudar. Cristiane, dona de uma assessoria de imprensa, manteve-se em um peso normal na infância, mas passou a engordar na fase adulta. Antes de se casar, em 2011, fez dietas e tomou medicamentos. Emagreceu 20 kg para o casamento. "Os remédios não me fizeram bem e parei. Na lua de mel já estava engordando de novo”, lembra. A situação só piorou. No segundo semestre de 2012, passou dos 90 kg e abandonou qualquer controle. Ela não se aceitava como estava, mas também não queria mais saber se estava engordando ou não.

O estalo para a mudança ocorreu no dia 7 de setembro de 2013, no aniversário do marido de Cristiane. “Voltei para casa e, quando vi as fotos, foi um baque. Eu não me reconhecia ali. Chorava porque vi que mais um ano tinha se passado e eu não tinha emagrecido. Pelo contrário, estava engordando”, conta a assessora de imprensa. Exatamente uma semana depois, começou uma dieta.

Meyre conviveu com os quilos a mais desde a infância. “Fui criada em uma família que seguia a ideia de que comida conforta. Está triste? Come um pão com linguiça. Parte da minha família tem obesidade mórbida e cinco tios meus morreram de infarto”, relata a empresária, autora e redatora de livros de artes e dona de uma empresa de entretenimento infantil.

Há 11 anos ela tentou mudar pela primeira vez e fez uma cirurgia bariátrica. Na época pesava 114 kg. Entretanto, seguiu com a vida sedentária, engravidou meses após a cirurgia e logo voltou a engordar. Em novembro de 2013, postou fotos de um jantar nas redes sociais e no dia seguinte recebeu uma ligação de uma amiga dizendo que ela estava muito inchada. Para completar, o ultimato do cardiologista. “Ele falou que desse jeito, ainda mais com histórico da família, iria deixar minha filha órfã”, conta. Ela pesava 104 kg.

Para agravar, Meyre sofria com fortes dores no joelho e mal conseguia caminhar. Já Cristiane teve depressão e crises de síndrome do pânico. “Tinha palpitação e achava que estava tendo um ataque cardíaco ou um AVC. A última vez que fui ao pronto-socorro, os meus dedos ficaram todos para dentro. Não era só psicológico, era físico mesmo. Eu tinha essas crises depois de comer, porque comia muito e passava mal”, afirma. Ela ainda teve alteração em índices como glicemia e triglicéride e gordura no fígado.

Meu primeiro quilômetro

Cada uma em sua casa, elas começaram dietas por conta própria, baseadas no mesmo método. No cardápio, mais proteínas e redução de carboidratos. A dieta também pedia uma atividade física e as duas escolheram a caminhada. Meses depois, em meados de 2014, se encontraram em um grupo em uma rede social para tirar dúvidas sobre dieta e não se separaram mais.

As amigas começaram a perder peso e aos poucos migraram da caminhada para a corrida. O primeiro quilômetro conquistado é uma marca para ser lembrada. “Eu estava na esteira em casa, com fone de ouvido, e meu marido vendo a televisão. Quando vi, passei dos 500 metros. Nos 700 metros, estava morrendo, mas queria completar 1 quilômetro. Consegui fazer correndo sem parar. Deu mais ou menos uns 11 minutos, mas para mim era uma vitória. Comecei a ver que era possível”, fala Cristiane.

Meyre contou com a companhia do marido. “No dia que fiz um quilômetro eu chorava como um bebê”, conta. “Não me apaixonei só por correr, mas por ver os limites do meu corpo, até onde ele aguenta”, completa. "Obesidade nunca mais. A corrida me salvou", afirma a amiga. 

Cristiane e Meyre moram em lados opostos da cidade de São Paulo, mas aquela conversa que começou na rede social virou incentivo e elas passaram a treinar e marcaram a primeira corrida, uma prova de 5 quilômetros em outubro. Ali elas se conheceram pessoalmente e também começaram uma tradição. Ela deram as mãos na largada, correram lado a lado e cruzaram a linha de chegada juntas.

“São Silvestre é para super-herói”

Para Meyre, correr 15 quilômetros na São Silvestre era impensável. “Via pela TV e pensava: ‘Como eles conseguem? É coisa de super-herói’”, fala. Quando as amigas começaram a completar provas de 5 e de 10 quilômetros, a corrida do dia 31 de dezembro virou uma meta. Elas se inscreveram em outubro e, desde então, focaram os treinos para a prova.

Meyre verá um significado a mais na corrida: será a sua festa de aniversário, já que completa 37 anos no dia 30 de dezembro. Ela espera cruzar a linha de chegada de mãos dadas com a amiga Cristiane mais uma vez.




Fonte: Saúde IG
Publicado em: Fri, 26 Dec 2014 10:00:20 GMT

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