As medidas do jovem brasileiro

As medidas do jovem brasileiro
Lendo e relendo alguns artigos para pesquisa, encontrei alguns números que me chamaram atenção, e hoje fico muito feliz com o que constato, principalmente o avanço da atividade física em nosso país. Os primeiros números levantados são de 1984, no Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (SP). Continua sendo o laboratório de maior prestígio do Brasil, e é dirigido pelo médico Victor Matsudo.

Aos 7 anos, um garoto brasileiro exibia a altura média de 1,23 metro, enquanto um francês na mesma faixa etária fica em 1,19 metro. Hoje um menino nessa idade já exibe 1,26. Aos 14 anos, em 1984, os franceses já atingiram a média de altura de 1,65 metro e os brasileiros pararam em 1,61. Atualmente, estamos com uma média de 1,66 metro. Relações semelhantes ilustram os confrontos com os alemães e americanos. Uma das explicações para essa discrepância de resultados são os exercícios físicos em excesso e a participação precoce em competições.

Na ocasião, em 1984, a corrida de 50 metros foi adotada pelo dr. Victor para medir o desenvolvimento físico dos jovens. As garotas de 16 anos, por exemplo, correm os 50 metros em 9,46 segundos, tempo pior que o das meninas alemãs e japonesas de 10 anos, que completam o percurso em 9,10 e 9,40 segundos. Hoje, essas meninas brasileiras, fazem os mesmos 50 metros em 8,33 segundos. Uma outra explicação para o baixo rendimento das nossas crianças na corrida, continua sendo o descuido em nossas aulas de educação física.
Direcionamos nossas atenções ao alto rendimento ou simplesmente esquecemos de preparar a criança-cidadão para a vida saudável. Comparando 1984 com 2003; melhoramos muito nossa prática em atividades físicas, quase sempre os parques e praças estão cheios, muitos já incorporaram o esporte saúde e de lazer. Mas nossas crianças ainda continuam não gostando das aulas de educação física. A medida certa, no tempo certo, talvez faça nossos jovens continuarem crescendo e correndo mais que as outras nacionalidades. Basta que saibamos que devemos investir não só em nossas mercadorias, mas principalmente em nossos filhos.
P.S.: escolher uma boa escola, combinar lazer com iniciação esportiva e disposição para estar sempre pronto para subir numa árvore, talvez seja o começo.