quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Barão de Coubertin e os Jogos Olímpicos

Barão de Coubertin e os Jogos Olímpicos
"Em geral é difícil compreender por que e como uma idéia é concebida e se transforma em realidade, destacando-se da série de outras idéias à espera de se realizar... Mas esse não é o caso dos Jogos Olímpicos... A idéia de ressuscitar os Jogos não foi uma fantasia de desocupados, foi o resultado lógico de um grande movimento". Essas foram as palavras de Pierre de Coubertin no prefácio do Álbum dos Jogos Olímpicos de 1896. Toda a origem moderna dos Jogos Olímpicos recai sobre este francês patriota vinculado à Sorbonne na década de 1890.

Mas não foi bem assim que aconteceu o ressurgimento dos Jogos. Pelo menos é o que afirma o maior estudioso sobre o assunto, David C. Young. Ele descobriu, por exemplo, depois de anos de investigação minuciosa na Inglaterra, Alemanha e Grécia, que as verdadeiras origens do "Grande Ressurgimento" remontam a décadas antes dos agora lendários Jogos de 1896, em Atenas. Segundo Young, em 1850 foram criados os Much Wenlock Games na Inglaterra. O organizador foi William Penny Brookes.

Acredito que nosso barão já se assanhava em criar algo parecido depois de acompanhar tantas tentativas. Antes disso, no início do século XIX, nas ilhas jônicas, os governantes da França imperial semearam jogos artísticos chamando de Prix Olympiques, como parte integrante da política cultural. Parece que tudo conspirava para o renascimento de um grande evento internacional, depois de tantas tentativas. David Young ainda fala do filantropo grego Evangelis Zappas, que em 1843 apresentou uma proposta ao rei Otto para financiar a recriação do Jogos.
Só em 1859 as "Olimpíadas" foram realizadas na praça Lodovikou, no coração de Atenas. Não deu muito certo, pois o povo foi proibido de acompanhar o evento.
Anos depois, com a mesma seqüência de tentativas, os Jogos
fizeram parte da Exposição Industrial de Olímpia. A competição
limitava-se aos jovens de famílias nobres. Como diz Young ,
"achavam de mau gosto competir com a classe trabalhadora".
Percebe-se desde então as raízes distorcidas do "mito do amadorismo".

Nem por isso deixamos de reconhecer os esforços do nosso
barão, até porque sua proposta foi pública de ressuscitar os Jogos,
como seu sonho de menino como o de Heinrich Schlieman e a redescoberta de Tróia.
P.S.: quem se interessar por esse assunto leia "O ideal olímpico e o herói de cada dia", de Phill Cousineau, um livro muito interessante e atual.



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