terça-feira, 15 de setembro de 2015

Batalhas e amizades no esporte

Batalhas e amizades no esporte
Atletiba
Existem simbologias no esporte em que somente depois de muitos anos de vida a gente reconhece as fraquezas individuais. Escrevo lembrando alguns fatos históricos - pessoais e os presentes.

Começando pelos fatos históricos, relembro da histeria de Hitler ao tentar transformar a Olimpíada de 1936 num espetáculo de superioridade da raça ariana. E Jesse Owens estragou a festa dos alemães.

Outro evento marcante que antecedeu a Segunda Guerra foi a épica luta entre o americano Joe Louis e o alemão Max Schmeling. Nos dois confrontos entre os maiores boxeadores da época, o esporte foi transformado em luta de classes. Não se torcia, lutava-se junto com os boxeadores, sofria-se mais que o próprio derrotado. Mas os dois se tornaram grandes amigos e, quando o vitorioso Joe estava em dificuldades, sua mulher recebia polpudos cheques do derrotado Max para manter a casa e a família.

No futebol, as batalhas entre Barcelona e Real Madrid extrapolam qualquer senso de disputa futebolística. A briga é mais geopolítica do que esportiva. A Catalunha contra o governo central, a mesma população lutando por ideais diferentes e o esporte mais uma vez configurando-se como um dos escapes preferidos.
O mesmo acontece com o Atletiba. A grande maioria dos fanáticos torcedores não sabe exatamente por que é apaixonada pelo seu time, a única certeza que se tem é a hostilidade ao adversário.
Como ex-atleta, quando encontro "ex-adversários" das pretensas competições esportivas, pergunto-me em silêncio: não sofri à toa?

Alguns especialistas afirmam que o sofrimento é próprio do ser humano, mas não a ponto de se tomar decisões demasiadamente equivocadas e irracionais. Sei de atleticanos que estão sofrendo antecipadamente com a classificação do time, ou seja, um sofrimento errante. Já os coxas envergonham-se da segunda divisão e os paranistas, da sua inexpressividade futebolística, mesmo sendo o "quase" campeão paranaense.

Na esteira dessa emoção descontrolada se molda uma nova geração de crianças, que já conhecem até aquelas músicas apócrifas. Não sei se elas estão sendo incentivadas para a prática da atividade física, o que seria o principal. O que resta evidente, apenas, é que, precocemente, são torcedores sem razão.


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