sábado, 26 de setembro de 2015

Os talentos desperdiçados no esporte.

Os talentos desperdiçados no esporte.
O meio ambiente dos profissionais do esporte é muito interessante. Outro dia tive o prazer de rever muitos amigos da área do futebol, principalmente das categorias de base e, logicamente, o assunto era futebol. Pelas tantas o assunto foi se encaminhando por uma trilha pouco percorrida: por quê o desaparecimento de craques ou talentos do ludopédio, diferentemente de épocas passadas.

Surgiram várias opiniões e até muitas sugestões, mas o que mais me chamou a atenção foi o fato de a segurança pública estar diretamente relacionada com os esportes de rendimento, inclusive o futebol. Antigamente, quem não se lembra, jogávamos bola na rua, em campinhos que existiam em qualquer terreno baldio (que nós mesmos limpávamos), no meio da rua, as traves eram tijolos ou mesmo o casaco do agasalho da escola. Nossas escapadas de casa eram motivo de preocupação apenas por causa das lições escolares, jamais pela segurança.




As crianças de hoje não têm mais esse espaço, perderam o prazer de subir num muro de quintal para assistir ou jogar uma pelada. Hoje se preparam os esportistas mirins com escaltes e planilha de rendimento. Os garotos e garotas - usam chuteiras e caneleiras de marca para aprimorar os chutes e evitar as contusões.
Os "professores" se esquecem do principal: quanto menor a sensibilidade nos pés, em épocas de formação, mais difícil é a arte de conhecer e domar a bola.

Como somos diariamente ameaçados pelo crime, o mais seguro é o videogame, quem sabe extrapolando, um gol-a-gol na garagem de casa. Outro motivo relevante do sumiço dos nossos talentos do futebol é a migração desses adolescentes para outros países. Até parece filme, mas é verdade: nossos maiores craques já estão sendo comercializados com os chamados "descobridores de talentos". Sobram os menos talentosos.
Ruímos assim a estrutura preparada para a descoberta, desenvolvimento e lapidação dos futuros deuses da bola. Pulam-se as fases e sobram os campeonatos profissionais com raras preciosidades. Mas ainda não é raro aparecer um gênio da bola num campeonato de profissionais com idade de juvenil, e a conseqüência desse avanço de categorias é a interrupção precoce do projeto futebol, pelo excesso de lesões.

Coisas do rude e viril esporte brasileiro sem planejamento, do imediatismo, infelizmente. Sorte dos times que não têm recursos para competir em iguais condições com os grandes. O meu Paraná Clube é um exemplo disso.


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