No dia-a-dia comemoramos a inclusão pelo esporte, mais uma lembrança para salientar a importância do esporte no convívio com deficientes, principalmente. Essa estratégia de usar o esporte como meio de inclusão já é antiga, mas pouco lembrada quando precisamos efetivá-la.
O termo deficiência inclui um largo espectro de doenças mentais e físicas que, em casos graves, atingem tanto o corpo quanto a mente. Apenas 5% dos casos de deficiência são congênitos; todos os outros são adquiridos no decorrer da vida por acidente, doença ou idade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a deficiência tem a sua primeira origem em um "impairment" - lesão. O termo se refere a falhas nas funções anatômicas, fisiológicas ou psíquicas, ou ainda na estrutura do corpo. Essas falhas levam à incapacitação e prejudicam as atividades típicas do dia-a-dia.
A partir de então, desenvolve-se um impedimento social para os afetados, que tolhe o desempenho de seus papéis sociais normais. Acredita-se, segundo o IBGE, que existam aproximadamente 14% de deficientes no Brasil, ou seja, uma média altíssima para poucas ações efetivas no que se refere à inclusão desses indivíduos. Com políticas públicas sérias, com a Capacitação dos professores da rede estadual e municipal, podemos começar nas aulas de educação física a pensar na inclusão.
Quando assistimos aos programas de televisão e somos informados das ações do governo federal para incentivar mais um atleta olímpico, esquecemos que o esporte popular, que também pressupõe a inclusão, não pode ser esquecido. Esquecemos também que esporte de rendimento é televisivo e trás consigo muita propaganda. No esporte popular, ao contrário, é só investimento. Apesar disso, o número de participantes é significativamente maior.
Não sou contra o esporte de rendimento, aquele que só visa a resultados, mas sou um entusiasta da massificação dos esportes, embutidas aí as vantagens da inclusão que o esporte oferece. Não só na preparação das paraolimpíadas mas, principalmente, na participação de toda a comunidade. Da criança ao idoso, do atleta ao deficiente. Todo mundo se exercitando, buscando saúde e integração. Do contrário, continuaremos sendo objeto de propaganda política. Se essa realidade não mudar, qualquer dia vão criar mais um referendo para saber se somos contra ou a favor do deficiente na sociedade.
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