segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A aeróbica do cérebro

A aeróbica do cérebro
A caminho do chuveiro, feche os olhos, localize a torneira e regule a temperatura da água para o banho apenas pelo tato. Depois, sem ver nada, diferencie o xampu do condicionador pelo cheiro. Ainda no escuro, enxugue-se e vista a roupa utilizando somente o seu instinto. Terminou ? Então saiba que você acabou de fazer um exercício de neuróbica - técnica que emprega a associação e a variação dos sentidos em tarefas simples para manter a mente forte e flexível.

As atividades dessa ginástica inusitada envolvem sempre mais de uma sensação num mesmo contexto. E é essa interação, além, é claro, da quebra de rotinas, que força o cérebro a trabalhar mais e melhor. Segundo Lawrence Katz, neurobiólogo norte-americano que desenvolveu a novidade, a vida cotidiana é a academia ideal para a aeróbica da massa cinzenta.

Cada célula cerebral pode trocar de 1 mil a 10 mil impulsos nervosos com outro neurônio. Tudo vai depender, porém, de como se dá a estimulação. E o uso de vários sentidos ao mesmo tempo é uma boa estratégia para aumentar a quantidade de tais comunicações.

A conseqüência dessa grande interação é que os neurônios produzirão mais neurotrofinas nutrientes naturais do cérebro. "Quanto maior o número de conexões, mais rapidamente é transmitida a mensagem e isso deixa a mente sempre ativa", esclarece Avelino Leonardo da Silva, neurofisiologista da Universidade Estadual Paulista, em Assis, no interior Paulista.
Segundo a neuróbica, além do olfato, do tato, da audição e do paladar, a emoção também pode ajudar a intensificar o contato entre as células nervosas. Para entender bem como funciona essa engrenagem, é só imaginar uma música que foi ouvida numa situação especial. Sempre que for tocada, ela vai trazer a lembrança do momento vivido. Isso ocorre por causa da interação entre a sensação auditiva e a emocional.

Cumprimente com um aperto de mão a pessoa que você acaba de conhecer. Olhe bem o seu rosto, sinta o seu cheiro e ouça com atenção a voz dela. Se agir assim, é provável que o encontro nunca seja esquecido.
Quebra de rotina
"Um fato será lembrado com mais facilidade se houver várias informações relacionadas a ele", explica Gilberto Xavier, neurofisiologista da Universidade de São Paulo. Fazer pequenas mudanças na rotina é outra maneira de deixar o cérebro em forma. Isso porque os comportamentos do dia-a-dia são quase sempre automáticos e, portanto, feitos com um gasto mínimo de energia cerebral. Escovar os dentes com a mão contrária, por exemplo, é um ótimo começo. A mente é preparada para trabalhar com o inesperado e, ao reagir a uma novidade, a atividade dos neurônios aumenta em várias áreas cerebrais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário